Conheça os homenageados de novembro: Zumbi e Dandara dos Palmares

Quem foi Dandara dos Palmares?

fonte: Observatório do Terceiro Setor

Dandara foi esposa de Zumbi dos Palmares, o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior dos quilombos do período colonial brasileiro. Dandara era uma guerreira negra que dominava técnicas de capoeira e lutava ao lado de homens e mulheres nas muitas batalhas geradas por ataques ao quilombo.

O Quilombo dos Palmares ficava na Serra da Barriga, na então Capitania de Pernambuco, região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, em Alagoas. Resistiu por mais de um século e se tornou um importante símbolo da resistência do africano à escravatura.

Não se tem informação se Dandara nasceu no Brasil ou no continente africano, mas ainda menina chegou ao Quilombo dos Palmares. Lá, além de participar dos embates físicos, ajudava na elaboração de estratégias para a resistência do quilombo. Também participava de atividades cotidianas, como a caça e a agricultura. No quilombo era praticada a policultura de alimentos como milho, mandioca, feijão, batata-doce, cana-de-açúcar e banana.

Os ataques a Palmares teriam se tornado frequentes a partir de 1630, com a invasão holandesa. Segundo a narrativa em torno de Dandara, ela teria tido importante papel no rompimento do marido com seu antecessor, Ganga-Zumba, primeiro grande chefe do Quilombo dos Palmares e tio de Zumbi. Em 1678, Ganga-Zumba assinou um tratado de paz com o governo de Pernambuco. O documento previa que as autoridades libertassem palmarinos que haviam sido feito prisioneiros em um dos confrontos. E também a liberdade dos nascidos em Palmares, além de permissão para realizar comércio. Em troca, a partir dali, os habitantes do quilombo deveriam entregar escravos fugitivos que ali buscassem abrigo.

Dandara e Zumbi foram contra o acordo, que não previa o fim da escravidão, só a liberdade para poucos. Ganga-Zumba acabou sendo morto por um dos palmarinos contrários à sua proposta.

Dandara e Zumbi tiveram três filhos. Dandara se suicidou em 6 de fevereiro de 1694, quando foi presa. Jogou-se de uma pedreira direto para um abismo. Preferiu a morte a voltar a ser escrava.

Precisamos falar sobre Dandara dos Palmares (fonte: https://medium.com/@laizclaudino)

20 de Novembro. Dia Nacional da Consciência Negra. Neste dia o racismo se torna pauta, de uma forma superficial e muitas vezes leviana, é claro. Mas por que dia 20 de novembro? De acordo com a descoberta de historiadores, Zumbi dos Palmares morreu em 20 de novembro de 1695, dessa forma, o dia da consciência negra é simbolizado pela data de morte do grande líder dos Palmares.

Muito além da esposa de Zumbi, Dandara lutou na resistência armada quilombola pela liberdade de negros e negras. Foi uma das líderes palmarinas, elaborando estratégias de ataque e defesa do quilombo. Teve três filhos: Motumbo, Harmódio e Aristogíton. Além de lidar com os serviços domésticos da comunidade, plantava, trabalhava na produção de farinha de mandioca, caçava, sabia lutar capoeira, empunhar armas e quando adulta passou a liderar o exército negro palmarino. Ademais, da luta abolicionista, Dandara transpunha os padrões de gênero e tinha ideais que atuavam nas raízes das opressões. Não é conhecido onde Dandara nasceu, muito menos suas origens africanas. Acredita-se que ela nasceu no Brasil e se estabeleceu nos Palmares ainda criança.

O fato de não conhecermos Dandara, tanto quanto conhecemos Zumbi, se dá pela tentativa da branquitude de ocultar às nossas histórias, de apagar nossas raízes, nossos ancestrais, de nos despersonificar enquanto seres com bagagens históricas. Entretanto, o caso de Dandara ainda sofre a marca do machismo, que cala e apaga figuras como ela, pois, quando se decide falar sobre ícones negros dificilmente falaremos sobre mulheres. Personalidades como Dandara não são reconhecidas no movimento negro e muito menos no feminista. No primeiro se dá destaque preferencialmente a homens e no segundo a mulheres brancas.

Quando descobrimos histórias como a de Dandara, através das nossa infinitas pesquisas em busca de identidade, reafirmamos a dura consciência de que nossos ancestrais — principalmente nossas ancestrais — vivem esquecidos embaixo de camadas e camadas da branquitude genocida. É nosso dever trazer luz e reconhecimento a essas pessoas.

Quando o governo português fez a proposta de paz em troca das Terras do Cacau, Dandara foi contra e preferiu a guerra, porque sabia que este acordo seria o fim da República de Palmares e a volta da escravidão de sua comunidade. Dandara não se vendeu em troca de uma liberdade incompleta e manteve-se firme em sua ideologia até seus últimos dias. Dandara suicidou-se, após ser presa, em seis de fevereiro de 1694. Preferiu a morte a ser escravizada, morreu como a heroína e mártir que foi.

Zumbi dos Palmares – líder da resistência negra

fonte: Toda matéria

Zumbi dos Palmares (1655-1695) foi o último líder do Quilombo dos Palmares e também o de maior relevância histórica. Ganhou respeito e admiração de seus compatriotas quilombolas devido suas habilidades como guerreiro, a qual lhe conferia coragem, liderança e conhecimentos de estratégia militar.

Lutou pela liberdade de culto e religião, bem como pelo fim da escravidão colonial no Brasil. Apesar disso, este líder também ficou conhecido pela severidade despótica com que conduzia Palmares, onde, inclusive, havia um tipo mais brando de escravidão.

De todas as maneiras, não admitia a dominação dos brancos sobre os negros e, portanto, tornou-se o maior símbolo pela liberdade dos negros da história brasileira.

Zumbi era sobrinho do líder Ganga Zumba, o qual, por sua vez, era filho da princesa Aqualtune dos Jagas (ou imbangalas), um povo de tradições militares com ótimos guerreiros. Há poucos dados sobre sua vida pessoal, mas sabe-se que era casado com Dandara, que lutava ao seu lado.

Zumbi nasceu aproximadamente em 1655, no Quilombo dos Palmares, Capitania de Pernambuco, região da serra da Barriga. Hoje, o local é União dos Palmares, em Alagoas.

Zumbi foi aprisionado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso e entregue aos cuidados do Padre Antônio Melo, em Porto Calvo, quando ainda tinha cerca de seis anos. Aos 10 anos de idade, já era fluente em português e latim. Aos 15, fugiu e voltou para o Quilombo de Palmares.

Alguns anos depois, em 1675, Zumbi ganha notoriedade ao defender o quilombo do ataque das tropas portuguesas. Nesta batalha sangrenta, demonstrou suas habilidades de guerreiro jaga.

Com 25 anos de idade, Zumbi desafia seu tio. Em 1680, assume o lugar de Ganga Zumba como líder de Palmares (segundo estudiosos, Ganga Zumba teria sido assassinado).

Sua postura diante do governo colonial era de desafio e enfrentamento. Assim, os líderes portugueses contratam os serviços dos bandeirantes Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo.

Em 1694, eles lideram o ataque que irá destruir a ‘Cerca do Macaco’, capital de Palmares. Destruíram-na completamente e ferem seu líder, Zumbi, o qual consegue fugir.

Em 1695, no dia 20 de Novembro, Zumbi é delatado por um de seus capitães, Antônio Soares, e morto pelo capitão Furtado de Mendonça. O líder de Palmares tinha 40 anos de idade. Após derrotar e matar Zumbi, o capitão foi premiado com cinquenta mil réis pelo monarca D. Pedro II de Portugal. Sua cabeça foi cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Foi exposta em praça pública de modo a acabar com o mito da imortalidade de Zumbi dos Palmares. A data de sua morte, 20 de novembro, foi adotada como o Dia da Consciência Negra.

VEJA ALGUNS VÍDEOS:

DANDARA DOS PALMARES – contação de história | Fafá Conta e Cássia Damasceno

Você Conhece? Dandara, a guerreira brasileira que preferiu a morte à escravidão

Quem foi Dandara dos Palmares?

Quem foi Zumbi dos Palmares?

Mini-Documentário – Zumbi Dos Palmares