Neste ano letivo de 2015, queremos demonstrar nosso orgulho de pertencer a Alagoas! Desse modo, decidimos homenagear alguns homens e mulheres de bem que tanto contribuíram – e ainda contribuem – com o seu trabalho e seus dons para divulgar positivamente a imagem desta terra. Em outubro, nossos homenageados são Arthur Ramos e Nise da Silveira. Conheça mais sobre a história de cada um:
Arthur Ramos
Ele é considerado um dos mais importantes intelectuais brasileiros do século 20. Nascido numa família de sete irmãos, em 7 de julho de 1903, Arthur Ramos de Araújo Pereira é natural de Pilar, região metropolitana de Maceió.
Foi médico psiquiatra, psicólogo, folclorista e antropólogo. Doutor em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina da Bahia, destacou-se nos estudos sobre o negro e a identidade brasileira. Seus estudos ajudaram no processo de criação da disciplina de Ciências Sociais no Brasil e suas ideias cruzaram fronteiras, conquistando o reconhecimento científico do grande mentor da Psiquiatria, Sigmund Freud.
No ano de 1934, já vivendo na cidade do Rio de Janeiro, escreve e publica inúmeros artigos e textos, dentre eles: “O Negro Brasileiro”, livro que entrou para a história, consagrando-o como o pai da Antropologia no Brasil.
Defensor da igualdade racial, sempre lutou contra o imperialismo e o preconceito, causas que o levaram a ser preso durante a Ditadura de Getúlio Vargas. Em 1949, morando em Paris, é nomeado diretor do Departamento de Ciências Sociais da Unesco.
Morreu aos 46 anos, enquanto ajudava a construir um Plano de Paz para o mundo, ao lado de educadores notáveis como Jean Piaget e Maria Montessori.
Nise da Silveira
Nasceu em Maceió, em 15 de fevereiro de 1905. Nos anos 20, tornou-se uma das primeiras mulheres brasileiras a se formar em Medicina, caminho que revelaria seu perfil de ser humano comprometido com os dilemas do mundo, alguém a frente de seu tempo.
Foi aluna do grande psiquiatra suíço Carl Jung e uma das precursoras do movimento Reforma Psiquiátrica. Fundou na década de 50, na cidade do Rio de Janeiro, o Museu de Imagens do Inconsciente e a Casa das Palmeiras, espaços para reabilitação de pacientes a partir das artes e da terapia ocupacional.
Nise dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua época, como o confinamento em manicômios e o eletrochoque. Seu trabalho serviu de base para a luta pela reforma antimanicomial, o que garantiu aos pacientes psiquiátricos serem tratados com mais dignidade, pondo fim a inúmeras técnicas torturantes.
Pensadora, inquieta e contestadora, sempre acreditou no poder criativo das pessoas para curar as doenças da alma. Publicou sete livros e sua força inspirou o escritor e amigo Graciliano Ramos a dedicar-lhe uma personagem na história Memórias do Cárcere.
Viveu até os 94 anos, recebeu inúmeros prêmios, inspirou pessoas e o mundo na busca por uma medicina mais humana.